Quando buscamos refletir sobre a nossa própria consciência e a maneira como interpretamos tudo aquilo que está no mundo fora de nossa mente, percebemos que vivemos em um mundo moldado pelas lentes através das quais escolhemos enxergá-lo. O que percebemos como realidade não é um reflexo exato do que está à nossa volta, mas uma construção interna, influenciada por nossas crenças, experiências e estados emocionais.
A realidade que percebemos passa pelo filtro das nossas crenças. Modificando-as, podemos modificar nossos pensamentos e emoções para uma outra percepção da realidade que nos leve a uma vida melhor.
Diversas modalidades de terapias de autoconhecimento nos ensinam que nossos pensamentos desempenham um papel crucial na formação da nossa experiência de vida. A Bioneuroemoção, por exemplo, explora como conflitos emocionais não resolvidos podem se manifestar fisicamente e como a consciência pode ajudar a resolvê-los. O estudo do transgeracional revela que crenças e padrões comportamentais podem ser herdados de gerações anteriores, influenciando nossa percepção atual. Da mesma forma, o biomagnetismo sugere que o equilíbrio energético do corpo pode ajudar a transformar nossa relação com a realidade.
Esses conceitos são reforçados pelos ensinamentos orientais, como as que encontramos na ioga e na meditação. A ioga nos convida a cultivar a consciência plena e a compreender a interconexão entre mente, corpo e espírito. A postura meditativa, seja através da respiração ou da observação dos pensamentos, nos ensina que somos mais do que aquilo que pensamos — somos a consciência que testemunha esses pensamentos.
O Bhagavad Gita, um dos textos fundamentais da tradição do Yoga, nos lembra que “tudo o que existe no mundo externo é um reflexo do mundo interno”. Assim, ao transformar nosso ponto de vista, transformamos a nossa relação com o mundo. Quando nos aproximamos da vida com gratidão, aceitação e compaixão, nossa experiência se torna mais leve e significativa.
A prática regular da meditação e de técnicas de atenção plena (mindfulness) também reforça o entendimento de que nossa realidade é maleável. A cada momento, podemos escolher onde colocar o nosso foco. Quando nos apegamos a pensamentos negativos ou ruminamos sobre o passado, reforçamos um ciclo de sofrimento. No entanto, quando cultivamos pensamentos positivos e aprendemos a estar presentes, abrimos espaço para experiências transformadoras.
Práticas como o journaling (escrita terapêutica) e as visualizações guiadas também são ferramentas poderosas para reestruturar nossa percepção. Ao escrever sobre nossos sonhos, intenções e sentimentos, damos voz à nossa verdade interna. Da mesma forma, ao imaginar cenários positivos, treinamos nossa mente para reconhecer e criar possibilidades favoráveis.
O poder de mudar nossa realidade está em nossas mãos. Ao adotarmos uma postura de autoinvestigação e cultivarmos hábitos que promovam a clareza mental e emocional, nos tornamos criadores conscientes da nossa experiência de vida. Dessa maneira, o conceito “meu ponto de vista cria a minha realidade” deixa de ser abstrato e se torna uma prática viva, que ilumina o nosso caminho e nos conecta com o potencial ilimitado do presente momento.
Assim, ao mudarmos nosso ponto de vista, não apenas criamos uma nova realidade para nós mesmos, mas também contribuímos para um mundo mais consciente, empático e unido. Afinal, quando transformamos nossa visão, transformamos também o impacto que deixamos no universo ao nosso redor.
