O Ocidente adotou uma visão cada vez mais materialista do Universo, baseada unicamente em um tipo de raciocínio lógíco simples que tenta explicar a natureza, e a nós mesmos, através do conhecimento científico. Naturalmente, esse pensamento tem enfrentado muitas limitações e as mentes mais abertas encontram outras soluções estudando as culturas antigas, notadamente as orientais.
Um dos problemas enfrentados pela ciência foi a exclusão da espiritualidade como objeto de estudo, mas curiosamente foi um grande cientista de nosso tempo que propôs preencher essa lacuna.
Trata-se de Amit Goswami , um físico indiano, PhD em física quântica e Professor Emérito da Universidade do Oregon (EUA), que apresentou uma nova visão de mundo que une ciência e espiritualidade.
Quem é Goswami
Este indiano, atualmente com 86 anos, nasceu na Índia, filho de um guru, e obteve seu doutorado em física nuclear teórica na University of Calcutta em 1964. Ele ministrou aulas como professor de física na Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, por 32 anos. Além de seu trabalho acadêmico, Goswami é autor de diversos livros e centenas de estudos técnicos nos campos da física e da espiritualidade.
Ele tem 15 livros publicados com mais de 1 milhão de exemplares vendidos e ficou muito conhecido através do aclamado documentário “Quem Somos Nós”.
Segundo Goswami, a visão de mundo quântica desafia a visão materialista clássica, que considera a matéria como a substância fundamental do universo. Em vez disso, ele propõe que a consciência desempenha um papel central na realidade e que tudo o que experimentamos está entrelaçado em um campo de consciência quântica.
O ativismo quântico
Ele próprio denominou esse movimento como ativismo quântico, onde defende a ideia de que cada um de nós pode contribuir para a criação de um mundo melhor, por meio da transformação de nossa própria consciência. Ele acredita que a consciência coletiva pode influenciar eventos e manifestar mudanças significativas na sociedade. Isso implica em uma abordagem holística, que une ciência, espiritualidade e ação social, ou em suas próprias palavras:
“Quando você pensa que tudo é matéria, então você se torna muito limitado. Isso faz com que, em nosso relacionamento com o mundo, nos tornemos tão centrados em nós mesmos que o exterior praticamente desaparece, até você se transformar na única coisa existente.
Essa é uma forma muito perigosa de sentir, porque assim não existirão pessoas em quem realmente confiar, nenhum relacionamento real, nenhum amor, nenhum amigo. Mas é isso o que a ciência materialista nos dá.
No entanto, as pessoas têm todo o direito de recusar ter relacionamentos. Se quiserem viver como psicopatas, elas têm essa escolha – escolhas são a base da democracia, por isso temos de honrar esse direito. Mas, ao mesmo tempo, tentamos persuadi-las de que não há razão para sermos solitários e tão isolados do mundo.
Por que não começar a relacionar-se com os outros? Você pode ter relacionamentos. Tudo o que você precisa fazer é ensinar isso a seu cérebro e aumentar essa habilidade.”